O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE MARIA, MÃE DE JESUS?
Escrito por: Ugo Alves Lemes Filho
COMO MARIA FOI ELEVADA AO CÉU?
JÁ PAROU PARA PENSAR NISSO?
Partindo da compreensão bíblica, como analisar o processo que elevou a mãe de Jesus à condição de imaculada mãe de Deus?
Neste texto, investigamos se há alguma passagem bíblica que respalda a mariolatria ou será mais um dogma criado pelo catolicismo?
Em primeiro lugar, temos que entender como foi criada a hipótese de uma elevação para Maria, levando em conta a historicidade dos fatos, ou seja, sua veracidade.
Em 1950, ocorre a criação e promulgação das leis que levaram à santificação de Maria. O papa Pio XII, através dos seus amplos poderes, definiu a "lei Santa" na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus.
Assim, foi declarado Maria como: "A imaculada mãe de Deus e sempre virgem Maria" e determinou que ao terminar seu curso da vida terrestre foi assunta ao céu, isto é, elevada em corpo e alma e em glória celestial.
Em segundo lugar, com respeito ao ponto de vista das Sagradas Escrituras para esta elevação, o fato é que, não se encontra respaldo bíblico para este acontecimento.
Assim, afirmamos categoricamente que, sem o apoio das Escrituras, é impossível crer nessa elevação.
Então, é um erro afirmar o que a Bíblia não afirma, ainda mais errôneo é equiparar doutrinas humanas e religiosas à Palavra de Deus.
Mas como cristãos não negligenciamos o fato de Maria ter sido a mãe do Jesus histórico. Ela foi aquela que teve o privilégio de gerar o corpo físico do Salvador de todo aquele que crê.
Pois, o livro de Lucas relata um acontecimento não apenas de um fato, mas também traz todo um contexto para nos apresentar Maria como mãe de Jesus.
Quando Isabel, mãe de João Batista, é cheia do Espírito Santo ao encontrar-se com Maria.
Isso está relatado no livro de Lucas, capítulo 1, versos 41, 42 e 43:
"E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo, e exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e é bendito o fruto do teu ventre. E de onde me provém isso a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?"
Encontramos também no livro Atos dos Apóstolos, capítulo 1, verso 14, essa ênfase de Maria, mãe de Jesus:
"Todos estes perseveravam unanimemente em orações e súplicas, com as mulheres e Maria mãe de Jesus e com seus irmãos".
Por que utilizamos esses dois textos bíblicos, nos quais se apresenta Maria como mãe de Jesus?
Com a finalidade de apresentar a premissa de que todo acontecimento histórico bíblico deve ter respaldo e deve estar apoiado em diferentes referências na Bíblia. Isso deve ser notadamente explícito, principalmente quando se trata de Maria, a mãe de Cristo.
Assim, evita-se o risco de estar produzindo uma "mariolatria", ou seja, cultuar, adorar e atribuir uma posição de santa e intercessora à Maria, atributos esses que, em nenhum momento a Bíblia nos confirma.
Então, se não houver apoio de textos bíblicos, os argumentos que constroem a santidade de Maria não passam de estórias e apenas mais uma heresia criada no meio de tantas outras e fundamentada pela Igreja Católica Apostólica Romana.
Sendo assim, a elevação de Maria não é verdadeira porque não se tem base bíblica para este fato.
Vale ressaltar que, mesmo reconhecendo que Maria foi escolhida como geradora do nosso Salvador, o que defendemos é o esclarecimento dos fatos que envolvem tal "ascensão" como criação dogmática do catolicismo, ou seja, a Mariolatria, na qual, se cria, ensina e decreta essa inverdade como sendo verdade absoluta, indiscutível e indissolúvel sobre a santidade de Maria.
Defendemos que não se deve acreditar em tudo o que se vê e lê sobre esse assunto, mas entender que, todo acontecimento que envolve personagens bíblicos, deve ter respaldo e referência bíblica, caso contrário, não se pode atestar a verdade absoluta de tais acontecimentos.
Talvez o grande problema seja a falta de leitura da Bíblia.
Pois, toda interpretação bíblica deve ser observada e analisada. É preciso conferir na Palavra o que os padres, pastores ou qualquer líder religioso está ensinando aos seus fiéis.
Sem o esclarecimento, sem conhecimento e sem entendimento bíblico a probabilidade de acreditar em qualquer fato sem base bíblica será muito grande.
Todo evangelho que fuja do entendimento da Bíblia que é a referência máxima, é anátema.
O apóstolo Paulo nos relata na carta aos gálatas, capítulo 1, verso 8: "Mas ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema".
Ou seja, é maldito.
Considerações finais
Nesse breve entendimento sobre um tema tão importante a ser estudado, defendemos que é tempo de deixarmos de lado toda crença sem respaldo bíblico e procurar saber a verdade por detrás de cada fato ou acontecimento, é tempo de "julgar a profecia e o profeta", é tempo de julgar toda lei ou credo contrário a Palavra.
Defendemos então que, o papa não é a "voz de Deus na Terra" a Igreja Católica Apostólica Romana não é soberana e absoluta em seus decretos de leis.
Assim, Maria não foi elevada em corpo e alma para o céu por causa dos seus "atributos" terrestres, mas ela aguarda o "Senhor que descerá do céu com alarido e com voz de Arcanjo e com a Trombeta de Deus e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro" (I Tessalonicenses, capítulo 4, verso 16).
Acreditamos que Maria faz parte daqueles que já dormem e descansam no Senhor e aguarda a voz de Trombeta do Senhor para ressuscitar de entre os mortos e se encontrar com Ele nos ares.
Referências bibliográficas
1. www.cancaonova.com
2.Bíblia de Estudo Almeida. Barueri- SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.
3."O Papado e o Dogma de Maria" de Hernandes Dias Lopes.
4. "História da Igreja Cristã" Jesse Lyman Hurlbut.
5. CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos. Uma História da Igreja Cristã. São Paulo: Vida Nova, 2008.
6. DREHER, Martin N. História do Povo de Jesus: Uma LeituraLatino-Americana. São Leopoldo, Editora Sinodal, 2013.
7. GONZÁLES, Justo L. História Ilustrada do Cristianismo, v.1, 2 e 3. São Paulo: Vida Nova, 2011.
8. SHELLEY, Bruce L. História do Cristianismo ao Alcance de todos. São Paulo, Shedd Publicações, 2004.